Até setembro de 2011, quando o
Ministério da Integração Nacional decidiu adquirir reservatórios de
polietileno para o semiárido brasileiro, todas as cisternas construídas
no Brasil eram de placa (alvenaria). Os recursos para a fabricação dos
equipamentos de concreto eram repassados pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para a Articulação do
Semiárido Brasileiro (ASA) – entidade que congrega mais de 750
organizações civis do País. Em 2003, a ASA lançou o projeto “Um milhão
de cisternas”. A meta era atingir o número que dá nome ao projeto em
cinco anos. Mas, passados nove anos do lançamento, apenas 50% do total
foi alcançado. E foi utilizando o argumento do atraso que o Governo
Federal decidiu adotar as cisternas de polietileno em vez das de
cimento.
A decisão gerou reações em algumas
cidades do Nordeste. Em fevereiro de 2012, produtores rurais de Crateús
(CE) foram às ruas pedir o fim da instalação das cisternas de
polietileno. Em Petrolina (PE), um grande protesto parou a ponte que
liga a cidade pernambucana a Juazeiro (BA). O ato reuniu, em dezembro de
2011, mais de dez mil pessoas, que também pediram o fim da compra de
cisternas de plástico. A pressão da população, com o apoio da ASA, fez o
Governo Federal voltar atrás e investir novamente, porém em menor
quantidade, nas cisternas de concreto. A ASA continua recebendo recursos
do MDS para construir cisternas de placa, mas perdeu a exclusividade e
diversas áreas de atuação, que agora são definidas pelo Governo.
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Fonte: Portal NE 10